Após começarem a perceber uma onda de doenças com sintomas parecidos e nunca vistos antes, um grupo de pesquisadores ingleses e americanos(1) viajou ao continente africano para estudar uma população onde não havia incidência dessas doenças, apresentando todos eles uma característica em comum: mantinham a mesma alimentação de séculos, ficando longe dos novos refinados e processados que surgiam à época.

A alimentação considerada pobre e deficiente adotada pelas populações rurais africanas, composta basicamente por fubá, feijão, banana e batata possuía um aspecto interessante: era altamente rica em fibras vegetais e celulose.

Isso fazia com que produzissem 4 vezes mais massa fecal do que um inglês médio, à época, sendo que “os alimentos consumidos pelos africanos iam da mesa de jantar à evacuação em apenas 24h. O inglês médio conservava o que comia durante três dias, e alguns britânicos levavam até duas semanas para processarem completamente sua comida”(2).

Depois de uma exaustiva análise de inúmeras fichas médicas, os pesquisadores encontraram mais dados interessantes:

  1. Doenças das coronárias, a causa dos ataques cardíacos, são praticamente desconhecidas na África rural;
  2. O câncer de cólon e do reto, o terceiro mais incidente na população brasileira e facilmente evitável pela mudança de hábitos na alimentação, é extremamente raro nos africanos que habitavam a zona rural, bem como a diverticulose;
  3. A apendicite, emergência cirúrgica abdominal mais comum no mundo todo, quase nunca é encontrada entre os aldeões africanos;
  4. Hemorróidas são extremamente raras;
  5. Não precisamos nem citar a obesidade, né?!

A última observação e talvez a mais importante é que, africanos que passaram a adotar uma alimentação ocidental – cortar drasticamente a quantidade de fibras – aos poucos adquiriram moléstias ocidentais, sendo a primeira delas, a apendicite.

Por esse motivo, ao introduzirmos hábitos saudáveis em nossas vidas, a quantidade de fibras ingeridas é importante, pois se não formos capazes de jogar o “lixo” para fora do corpo, a intoxicação permanecerá.

A inserção de fibras pode ser feita de forma gradual, leve e prazerosa. Que tal começar a substituir a farinha de rosca do empanando por uma mistura dessa com gérmen de trigo ou farelo de aveia? Para um lanche da tarde, uma banana amassada com aveia já supre parte da ingestão diária de fibras necessária. O pão de forma também pode ser substituído pela sua versão integral, dentre tantas outras alternativas.

Mari, mas como vou saber se preciso inserir mais fibras na alimentação? Observe! O que você tem sentindo? Cansaço, gases em excesso, barriga estufada, indigestão, todos esses sintomas aparecem quando estamos com algum problema gastrointestinal, sendo que a inserção de fibras pode melhorar e muito esse quadro.

Comece aos poucos, sem radicalismos, e observe.

  1. Substitua alimentos refinados por suas versões integrais;
  2. Feijão, ervilha, lentilha, grão de bico e soja em grão são riquíssimos em fibras;
  3. Insira vegetais nas refeições;
  4. Aumente o consumo de frutas (de preferência com casca);
  5. Reduza quantidade de açúcar refinado.
  1. Dr. Denis Burkitt, Dr. Martin Eastwood, Dr. Kenneth Heaton, Dr. Thomas Cleave, Dr. Hubert Trowell.
  2. Dr. David Reuben, em Dieta para salvar a vida 5ª ed, 1975.

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